Faço parte de uma família extremamente opinativa e
politizada, gostamos de brincar que os almoços que estamos todos reunidos
sempre se torna um comício. Surge algum assunto aleatório e começamos a debater
o mesmo, cada um de nós defendendo sua opinião com unhas e dentes como se sua
vida dependesse daquilo. E existem todos os assuntos possíveis e imagináveis:
Racismo, homofobia, direita ou esquerda, religião, faixa de bicicleta. São
assuntos tão desconexos e variáveis que nem consigo listar muitos aqui.
E depois de todo um almoço regado de grandes argumentos de
cada lado, sentamos na sala para seguir o debate, se você pensou que já tinha acabado
se enganou ainda tem muito tempo de comício para acontecer. Em casos mais sérios
trazemos o computador para aumentar o numero de argumentos, e isso se segue às
vezes por toda tarde.
Mas o importante de tudo isso é que ao final de cada uma
dessas tardes sempre faço uma nota mental para pesquisar e voltar a pensar
sobre cada um dos temas debatidos naquele almoço. O resultado disso é uma Luiza
cheia de opinião e pensamento afincado para tudo, será que é tão bom assim ter
tanta opinião?
São incontáveis às vezes em que me frustrei com alguma coisa
(Em maiorias pessoas de figura publica) pelo simples fato de terem algum tipo
de opinião contraria a minha. Já tive muitos “ídolos’’ perdidos por descobrir a
pessoa a fundo.
Gosto de pensar que a opinião é como uma criança que cresce
dentro de nós mesmos, vemos ela nascer como uma faísca, um mero segundo de
pensamento e aos poucos ir crescendo e tomando varias rédias, vamos
alimentando-a ate que seja algo muito importante para você, algo que vai
defender com unhas e dentes.
Então será que é mesmo bom ser alguém cheio de opinião para
dar? Ter tanta raiva e também tanto apreço por coisas que são apenas
pensamentos é saudável?Às vezes acho que pensar e ter opinião sobre tudo nos
torna mais um revoltado sem causa do que um ser realmente pensante.